segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Algas são projetadas para matar células cancerosas e deixar as saudáveis ilesas


Cientistas manipularam geneticamente algas minúsculas para matar até 90% das células cancerosas em laboratório, deixando as saudáveis ilesas.
O tratamento se mostrou eficaz nos tumores de camundongos, sem causar danos ao resto do corpo dos animais.

Algas medicinais

Muitos cientistas estão trabalhando em uma forma de atacar células tumorais sem afetar as saudáveis. Tal quimioterapia dirigida ajuda a evitar alguns dos efeitos secundários devastadores associados com o tratamento do câncer, no qual todas as células em divisão rápida no corpo são bombardeadas com drogas tóxicas – incluindo folículos de cabelo, unhas e medula óssea.
Uma das maneiras de alcançar tal meta é usando nanopartículas. No entanto, sua fabricação é cara e requer produtos químicos industriais, tais como o ácido fluorídrico.
Agora, uma equipe internacional de cientistas da Austrália e da Alemanha modificou geneticamente uma alga diatomácea para fazer o trabalho das nanopartículas medicinais.
As diatomáceas são um grupo de organismos unicelulares microscópicos compostos de dióxido de silício hidratado ou sílica – o mesmo tipo de material poroso usado em medicamentos fabricados de nanopartículas. Estas algas possuem apenas quatro a seis micrômetros de diâmetro, o que é mais de dez vezes menor do que a espessura de um cabelo humano.

Biocompatíveis e biodegradáveis

Muita atenção tem sido dada ao desenvolvimento de fármacos naturais, biocompatíveis e biodegradáveis.
As pequenas algas diatomáceas atendem a esses critérios, uma vez que precisam basicamente de água e luz para crescer, e podem se degradar sozinhas se deixadas aos elementos.
Com o anticorpo certo, as nanopartículas de algas podem ser facilmente apontadas na direção de células cancerosas, sem afetar as demais.

O estudo

A equipe preencheu as diatomáceas modificadas com drogas de quimioterapia usando um método especial e, em seguida, as testou em células cancerígenas in vitro.
O próximo passo foi usá-las em ratos com tumores de neuroblastoma induzidos. Não apenas as algas mataram com sucesso cerca de 90% das células cancerosas sem tocar nas saudáveis, como também reduziram o crescimento do tumor em ratos após uma única dose injetada.
Por fim, os ratos não tiveram qualquer dano agudo da quimioterapia, e as diatomáceas se degradaram em segurança em seus corpos.
Os pesquisadores acreditam que essa técnica tem um enorme potencial para o futuro da nanomedicina. “Embora ainda seja cedo, este sistema de entrega baseado em um material renovável adaptado detém um grande potencial para o tratamento de tumores sólidos, incluindo tumores cerebrais atualmente incuráveis”, disse o principal autor do estudo e especialista em nanomedicina Nico Voelcker. [ScienceAlert]

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